Liga a webcam se quer provar seu amor por mim

10 10 2011

Um amigo meu morreu essa semana. Eu achando que ele tava só de pau duro, precisando fuder alguém na noite e ele tava agitado por outros motivos. Isso é uma merda, eu odeio. Sério, não aconselho pra ninguém. Frenesi de punheta é um troço muito desagradável. Não existe nada mais primitivo que um homem de pau na mão. Nada mais impulsivo, nada mais grosseiro do que a imagem de uma verga polida, aquela banana madura e o desespero nos olhos do coitado como se daquele pau fossem explodir tiros de metralhadora. Nada é tão inteligente como o impulso de, no meio do seu exercício final, procurar uma caixa de comentários na sua matéria do EGO, gostosa aleatória na praia, e deixar um recado romântico para uma musa qualquer, como se a própria fosse ler as palavras e compartilhar o gozo vencedor do herói. Acho um verdadeiro serviço a sociedade que os portais de internet coloquem matérias com caixas de comentário abertas, para que a punheta seja sempre desperdiçada no vácuo, que esse impulso de falar no meio da paudurecência seja gasto em meio ocos de comunicação, que fiquem perdidos ali, na caixa de comentários, para que ninguém os leia. Até o dia que você comete o erro de bater punheta com o facebook aberto. Parece genial, você tem muito mais tesão nas mulheres do mundo de verdade que nessas das matérias do jornal Extra. Fica procurando os álbuns com nomes “Búzios”, “Maresias”, “Balneário”. Mas ali, na hora do esfregar fundamental, lhe falta algo. As fotos não são o suficiente. Você quer interagir. Quer pedir a menina da foto que tire o sutiã do biquíni. Mas ela não tira. Quer pedir pra ela tirar a canga da cintura e os óculos escuros da cara. Mas não tem interação. E é aí que tudo dá errado. A punheta passa a ir para lugar nenhum, você fica inquieto, quer abrir outra aba, mas não! Vai perder toda a potência! Todo esse trabalho feito, pra nada!? E nesse momento, aquela luz verde na barra do lado ganha toda outra conotação… Começa a puxar altos papos com meninas que nunca tiveram grandes intimidades, volta a conversar com mulheres que pegaram anos e anos atrás. Delete todo MSN de ex-namorada. Sério. Nessas horas você vai me dar razão. MSN é tipo um serviço de livecam de sexo, só que sem pop-up e sem precisar de taxa de adesão. E você fica lá tentando ressuscitar aquela benga à meia-bomba, tentando desenrolar com alguma mulher pela chance de ver um peitinho. O nível de desespero contido nas falas. As humilhações. As juras de amor falsas. MEU REINO POR UM PEITINHO! E quando a luta parece ganha, e a vítima aceita ligar a webcam, ainda existe o sonsismo cru de que “não sabia que era pra isso que você pediu pra ligar”. Porra, mas não tem piedade por um pinto que só quer carinho e tá cansado de apanhar. Caralho. E no meio desse cudocismo, pior, você goza, anos antes de ver algo que te interesse. ANOS. Ela fez aquela regra hipócrita dos 5 segundinhos de peito, você deu o print, goza pensando em outra coisa e tá lá. Ainda tem que se fingir interessado pelo resto do strip dela. Se fingir interessado em voltar a sair com ela. Bate toda uma crise de consciência em você. “Caralho, olha com quem eu fui dar mole, pedir peitinho. Essa mulher é gorda, nem sei como eu consegui pegar essa mulher no primeiro lugar.” E você sabe que você simplesmente não pode sumir pra essa mulher. Ou elabora uma mentira pra não levar ela pra sair, ou ainda vai pagar em algum lugar público de namorado dela. E aí está. Uma punheta inocente, um ato despretensioso, acaba por gerar um relacionamento. Pratique sexo solitário seguro. Você nunca pensa que vai acontecer com você, mas acontece. As caixas de comentários são como aquelas bucetas falsas que usam pra masturbar cavalos reprodutores. Você comenta na boneca inflável virtual e se livra de gerar o constrangimento de ter que se relacionar com outros seres humanos. Pensando bem, morrer foi bem melhor pra esse meu amigo. Valeu Carlos, essa é minha homenagem pra você.





Os mais variados tipos de coisa alguma

9 06 2011

– Oi!

– … Ooopa, tranquilo, mestre?

– Genial. Ontem na night. Porra, peguei geral, muito massa, geral foi, se liga aqui nas fotos no facebook.

– Aham, bacana.

– Irado, né? Mas, po vim aqui te contar um troço sério. To cansado do Pedrinho. Esse moleque não dá mais.

– Aconteceu algo sério?

– Po, você não sabe da última, lembra da Samantha? Que se formou com a gente, uma puta gostosa, cara de safada mesmo. Sempre me deu mole, mas nunca quis muito pegar? Tava se esfregando toda nele semana passada. Ele pediu pra ela parar, falou que não tem nada a ver. Caralhoo!!!! Esse moleque tá uma bicha, por que não assume logo?!

– Ah não é assim, o Pedrinho não é de ficar com qualquer uma por aí, dá uma moral pra ele.

– Que moral o que?!??! Ele não gosta de mulher, não pode gostar, a Samantha é uma gostosa. Eu juro que acho que nunca vi ele pegar mulher na minha frente, esse moleque é um merda.

– Porra, Arnaldo, eu nem ia falar nada, mas na verdade, a gente sempre achou que você que tinha todo o talento pra ser boiola, a turma toda acha. Você tá viajando de zuar o Pedrinho.

– Que isso, moleque? Que porra é essa!? Tu bebeu com a cabeça? Pego mulher pra caralho!

– Porra, mas tu sempre quer conversar agarrando, com contato físico, brincar de se atracar, fica bêbado e quer dar beijo na gente e dizer que considera a gente pra caralho. Considera o meu caralho pra porra nenhuma!!!

– Que isso, cara? Como assim? To achando que viado tem que ser você, tão inseguro aí da masculinidade, eu abraço vocês todos justamente por que sou muito seguro comigo mesmo.

– Porra, Arnaldinho, e aquele papo de você ter ido na Inglaterra ver as Spice Girls????

– Caralho moleque, eu juro que peguei uma delas depois do show!

– CARALHO ARNALDINHO E AQUELE FINDISSEMANA EM BUZIOS QUE TU DEU PRUM TRAVECO

– Dei, dei mesmo. Mas nem gostei. Dei pra mostrar pra geral que duvidava que eu era macho. Vocês só num deram porque não tem coragem de provar que são heterossexuais.

– Porra Arnaldinho, e eu não provo ser heterossexual sendo heterossexual? Porque pra provar estar de boa, eu tenho que ser viado e nem notar? Ó. Olha só pra mim. Sendo heterossexual. Todo heterossexual. E agora? Heterossexual. Agora? Hetero ainda. Porra, imbecil.

– Po, mas a Samantha tava usando esse vestido aqui, se liga nessa foto.

– Pultaquepariu um viadinho mesmo.





GOOGLE HITS – ‘As Músicas do Momento’

30 03 2011

Quem me segue no Twitter, sejam os órfãos do @FelipeSantoro, a breve passagem do @flipinhodosurf, ao atual @filipinhodosurf sabe que eu tenho costume em ligar o grande foda-se pras outras pessoas postando e simplesmente puxar o mic e sair rimando em caps. Pois bem, venho trazer a vocês leitores do Pior Blog do Brasil, o arquivo completo de FELIPE SANTORO, UM RAPPER UM TANTO QUANTO DIFERENTE:

CERSIMOON

SE A VIDA FOSSE CERSIBON E EU TROCASSE DE CORPO/

IA QUERER SER EU MESMO, SEMPRE TUDO DENOVO/

MAS IA PEGAR UM DIA, PELO MENOS UM/

E FAZER ESSE TROCA-TROCA COM A MARIMOON/

IA RASPAR A CABEÇA, E A BUCETA IGUAL/

E FAZER TUDO NA TELINHA EM REDE NACIONAL/

PORQUE ESSE TEU CABELO SÓ FAZ QUALQUER SENTIDO/

PRA TIRAR A ATENÇÃO DESSES TEUS PEITOS CAÍDOS/

NÃO GOSTOU DO CERSIBON? AGORA AGUENTA A PRESSÃO/

NÃO EXISTEM ARGUMENTOS CONTRA PEITO NO CHÃO/

NÃO ENTENDEU, NÃO MERECEU, SUA PRIMEIRA LIÇÃO/

EMBAIXATRIZ DA INTERNET, DONA DE UM FLOGÃO/

COMO FALAR MAL DO CHEFE SEM TER FUNDAMENTO?/

CADA TIRINHA QUE EU LEIO É SÓ AMOR E CASAMENTO/

CRITICAR O MEIRELES? CHEGO ATÉ A SENTIR DÓ/

EMO DE VINTE E POUCOS ANOS COM PEITINHO DE VOVÓ/

TAVA NA EUROPA? NEM RESPONDO A VOCÊS?/

SE VOCÊ VAI A PARIS, O DIABO FALA FRANCÊS/

NÃO GOSTOU DO CERSIBON? AGORA AGUENTA A VERDADE/

MAIS CAÍDO QUE SEU PEITO, SÓ SUA PERSONALIDADE

RAP DO PROBLOGGER –

MAMÃE TE ACORDA CEDO, COM LEITINHO E CEREAL/

É MAIS UM DIA DE BLOGUEIRO PROFISSIONAL/

UM VERDADEIRO REIZINHO COM COROA DE LATA/

PEDRAS NÃO TE MACHUCAM É A LISURA QUE TE MATA/

DOIS ANOS DE FAUCULDADE E AINDA NÃO PEGOU NINGUÉM/

LEMBRO BEM COMO EM GALINHAS IA SER UM HARÉM/

MAS A VODCA ERA BARATA E DEU MAIOR REVERTÉRIO/

ATÉ LIGOU PRA MAMÃE QUE O BAGULHO ERA SÉRIO/

PASSOU METADE DA VIAGEM COM DOR DE BARRIGA/

TODAS SUAS CAMISINHAS SÓ VIRARAM BEXIGA/

GERAL CURTINDO, NAS FESTAS COM MULHER PRA VALER/

MAS FICOU COM OS SEUS AMIGOS JOGANDO RPG/

E QUEM VAI FALAR O QUE? NÃO É MOLE, NÃO/

COMO VÃO SE DEFENDER ANDANDO COM O PAU NA MÃO/

ANDAM TIRANDO ONDA, GALERA TRABALHADORA,/

TODOS ATENDENTES DE VIDEOLOCADORA/

E QUANDO CHEGA SÁBADO, O PROGRAMA DE GERAL/

É PIZZINHA DE FORNO, ASSISTIR ZORRA TOTAL/

MAS ISSO TUDO PRA VOCÊS É MUITO NORMAL/

MAIS UM DIA DE BLOGUEIRO PROFISSIONAL

RAP DO DOUTOR CARDOSO, O CARLOS

SE EU FOSSE DR. HOUSE IA FAZER TUDO DIFERENTE/

IA TER GINGA DE MALANDRO E UM SORRISO IRREVERENTE/

DAR TIRINHO COM A BENGALA FEITO UM MENINO/

E CULTIVAR UM BIGODINHO ESCOVADO A PENTE FINO/

IA SER GENIAL, IA SER UM PUTA SHOW/

IA SER ARTILHEIRO E DAR PASSE PRA GOL/

NÃO IA PAGAR DE ESPERTO, NÃO IA TER DISCUSSÃO/

IA RESOLVER MINHAS PARADAS COM BREAK DE CHÃO/

UM NÚMERO MUSICAL PRA ACOMPANHAR A VIBRAÇÃO/

E OS DOENTE SE LEVANTA PRA FAZER FIGURAÇÃO/

E IA QUERER TODO MUNDO JUNTO NA MAIOR SIMPATIA/

SE É TUDO PELO BRINKS, PRA QUE MERITOCRACIA?/

MAS PRA QUE SONHAR EM SER PERSONAGEM?/

DE QUEM VOCÊ SE ESCONDE POR TRÁS DESSA IMAGEM?/

É, SE EU FOSSE DR. HOUSE IA SER MESMO DIFERENTE/

IA TIRAR TODA ESSA POSE DE ESTUDANTE DE VERTENTE/

IA VIVER PELO SIMPLES, PELO AMOR E CASAMENTO/

FAZER TUDO NA AMIZADE E ALGUM RESTO DE TALENTO/

EU SOU GARRINCHA NO ESPORTE QUE VOCÊ É ANDRÉ LIMA/

TENHO CORAÇÃO DE AMADOR, MAS SEMPRE TE OLHO DE CIMA/

ONDE FOI QUE DEU ERRADO? FOI NO PROFISSIONAL?/

OU FOI POR FALTA DE UM POUQUINHO DE VIDA REAL?/

ESQUECE O ADSENSE, PÕE O SUCESSO DE LADO/

VAMOS VOLTAR AO BÁSICO QUE EU JÁ TO CANSADO

RAP DA “”CENA”” “”CULTURAL”” “”CARIOCA””-

CALMA GALERA, TÁ TUDO BEM AGORA/

EU CHEGUEI, TÁ OK, NÃO PRECISA IR EMBORA/

PRAZER EM CONHECER, POTENCIAL MELHOR AMIGA/

SOU A PESSOA MAIS FODA QUE VC VAI CONHECER NA SUA VIDA/

VC PODE ME RECONHECER VINDO NO HORIZONTE/

EU NÃO ANDO, DESFILO,CAUSANDO AOS MONTES/

EU SOU UMA GENIO, IMAGINO QUE CRIEI O JOGO/

SÓ ESPERANDO O MEU OLHEIRO ME ACHAR EM BOTAFOGO/

DUAS TEMPORADAS NA TV A CABO E EU PARO NA GLOBO/

O FANTÁSTICO VAI SER MINHA VIDA, OLHANDO LÁ DO TOPO/

MEUS AMIGOS TÊM AS FESTAS E PARADAS MAIS LEGAIS/

PEGARAM PRA SI TUDO QUE JÁ EXISTE, LOGO SÃO ORIGINAIS/

E TUDO ISSO MORANDO NA CASA NA CASA DOS PAIS/

MAS COM MAIS DE MIL SEGUIDORES NAS REDES SOCIAIS/

JÁ CHEGANDO AOS TRINTA E NADA DE TRABALHAR/

MAS SONHANDO QUE ESSE É O ANO QUE O BLOG VAI VINGAR/

FALANDO QUE A FESTA DA GALERA É MELHOR QUE A CONCORRÊNCIA/

LOGO A GALERA CONCORDOU E ME ELEGEU A REFERÊNCIA/

NA NIGHT, TODO MUNDO PÁRA PRA FALAR COM SUA MAJESTADE/

AS MESMAS VINTE PESSOAS QUE SÃO LÁ DA FACULDADE/

SEMPRE BLASÉ, FALANDO POUCO PRA NINGUÉM NOTAR/

MEU SOTAQUE CAIPIRA DO SUBURBIO DE BH/

TODO MUNDO PAGA PAU PRA COMO EU CONHEÇO O DJ/

ELE SÓ TOCANDO UNS ROCK ESTRANHO QUE DE VEZ EM QUANDO EU SEI/

QUANDO TOCAR HERMANOS, EU PONHO O DEDINHO PRO AR/

E SE TOCAR STROKES, XADREZ VIRA ABADÁ/

E TODA SEMANA, JOGAR CEM PRATAS NO CARTÃO/

PRA TRAZER UNS HUNGAROS QUE TIRAM SOM DE LATÃO/

NUNCA ME IMPORTOU QUE EU NÃO SAIBA QUEM SÃO/

TO SALVANDO A CULTURA CARIOCA FAZENDO IMPORTAÇÃO/

E IR PRO CIRCO VER O VAMPIRE TOCAR/

FAZENDO PIADINHA QUE QUER VER ONDE O EDWARD ESTÁ/

E MESMO SEM BATER PALMA, ACHAR TUDO MUITO FODA/

FAZER VAQUINHA PRA MANDAR TRÊS BOÇAS PRA EUROPA/

E PASSAR O RESTO DA NOITE TWITTANDO SOBRE MIM/

USANDO EXPRESSIONS QUE NINGM REALLY KNOWS OQ MEANS/

POR QUE UMA PESSOA COMO EU ANDA SEMPRE ANTENADA/

SEMPRE LIGADINHA NA PRÓXIMA BOCADA/

POR QUE SE AGORA O NERD É O MANEIRO/

EU TO PRONTA PRA PRÓXIMA COM MINHA BOTA DE SERTANEJO





Yahoo Respostas Me ajuda !!

23 03 2011

Era mais uma sexta-feira qualquer da minha vida escolar, eu tava no corredor com os meus amigos brincando de “dar soco” e mal sabia eu que aquela tarde ia mudar minha vida. Foi então que uma menina veio até perto de mim, só de mim, não dos meus amigos porque ela bem me chamou pelo nome, nem sabia que pessoas sabiam meu nome (pelo menos as pessoas que usavam sutiã já), e então foi e me deu um envelope na mão e disse que tava me convidando pra festa dela de 15 anos. Eu parei por uns instantes com aquilo na mão, meio que não entendendo, achando que tinha algum truque por trás disso aí. Na hora disse só um ‘ok.’ pra menina, que coitada, devia tá se arrependendo na mesma hora olhando pra imbecilidade que eramos nós trocando turno pra dar soco no braço dos outros.

O que eu não sabia é que aquilo que eu tinha ganho era uma bomba relógio. Eu nunca tinha ido numa festa de 15 anos, mas sabia que era tipo um casamento, sem que as pessoas casem em si, mas sabia que era pra mostrar que ela estava uma mulher pra sociedade, juro que imaginava que ia rolar do pai dela mostrar um primeiro lençol sujo de menstruação, juro. Mas não tinha nada disso. Quando cheguei em casa naquele dia com um convite enorme e fedido (nao dava pra por na mochila ele era enorme e não cabia em pasta nenhuma) (porra e haja perfume barato naquela merda) minha mãe pirou. Não sabia que festa de 15 anos era meio que um sinal pra mães (só mães, não pais) ficarem se coçando de malucas como se a festa fosse delas.

Eu nem queria ir direito nessa porra, meus amigos nem tavam indo, minha mae me fez botar uma roupa toda escrota, nunca vi uma camisa tão pra dentro que fazia minhas bolas terem dor de cabeça feito quando voce toma algo muito gelado, mas então, eu fui a festa. E com a minha mãe. Óbvio que eu era o único pateta no lugar com a mãe presente, tirando as pessoas cujos os pais eram amigos da mãe da menina, então logo logo na festa, minha mãe se sentiu socialmente desajustada e ficava tentando me achar no lugar pra puxar papo comigo e eu despistando ela, ou fazendo xô, xô como se fosse pombo.

Ai tem sempre aquela hora na festa em que a música pára, o pai fala algo muito bebado sobre o fato de sua pequena menina estar virando uma moça já, mas que para ele sempre será sua boneca. Daí entra aqueles slides de powerpoint de, o que me pareceu ser um ensaio sensual na praia, como muitos que eu já tinha visto em sites de putarinha que eu visitava procurando “fotos mari alexandre nua pelada”. Foi então que de tédio e cansaço fui me esconder da minha mãe no banheiro, não por que quisesse mijar, mas pretendia encostar numa parede e “parecer que sabia o que estava fazendo”, como quem chega num lugar não vê ninguém e olha no celular pra não parecer um otário que não tá fazendo nada. Não podia parecer um otário, então ficava olhando pro infinito na festa, como quem espera alguém chegar.

Foi então que me apareceu algo que só me podia ser miragem. Uma menina me vem cabaleando em direção ao banheiro masculino e me pergunta se eu tava na fila. Ela não era lá a menina mais bonita da festa, mas seria um top 90 se perdesse uns quilos e não tivesse tanta espinha Pra muitos jovens ali estava sendo o primeiro contato delas com alcool, naquela brilhante tentativa de uma mãe se provar descolada com uma filha e liberar uns drinks azul com umas gota de vodka pra dar uma zuada. Não estava sendo o meu primeiro contato, não porque eu já tivesse contato, mas como vocês lembram, minha mãe estava na festa (sim, eu era esse gordo na sua festa). De frente para a beldade, tão firme quanto um boneco de espuma caindo num episódio de Hermes e Renato, eu respondi que não tava na fila e aquele banheiro não era o de menina, ela então se aproximando de mim, e não da latrina onde merecia estar, me deu um chego forte o suficiente pra que eu sentisse o quão suadas estavam aquelas dobras que os pneus dela formavam. Foi minha primeira gordinha safada. Mágico, não?

Na verdade não, por que eu nunca fui convidado pra festas de 15 anos, todos meus amigos que eram, mas pelo menos era assim que eu imaginava que devia ser lá da sala de casa. Fim.





Um atleta

22 03 2011

Pela manhã antes do sol sair eu ainda não tinha ido dormir. Pensei “vou fazer algo por mim”. Peguei um tênis de molas, tipo aquele “da moda”, mas que você nunca vê um Ashton Kutcher da vida usando em nenhum desses desfiles de moda, mas vê no pé de qualquer moleque que seja minimamente maneiro dentro de um baile funk, e sai para correr. Corri a manhã inteira, por cerca de 10 minutos e quando cheguei na padaria ela já estava abrindo. Pensei “saco vazio não para em pé” e assim comi 2 coxinhas com catupiri as 6 da manhã. Assim que acabei de comer me senti meio mal, não pro ter feito da primeira refeição do dia dois salgados que provavelmente deveriam ter sido fritos na manhã do dia anterior, mas sim pelo fato do algo que fiz por mim ter sido engordar. Ali estava eu, 2 coxinhas mais pesado e sem limites, e mais uma vez eu pensei. Pensei “vou virar esse jogo”, e sai correndo freneticamente atrás da leveza perdida. Talvez eu tenha sido mal interpretado por ter saído correndo do nada, uma vez que só lembrei que não havia pago os salgados horas depois. Deus dará.

Movido por algum tipo de instinto imbecil corri por cerca de 1 hora parando pra respirar a cada 3 minutos e ao fim dessa uma hora notei que estava muito longe de onde eu moro. Sentei num banco em uma pracinha pra pesquisar quanto tempo eu levaria pra morrer se arrancasse alguns órgãos que doíam muito naquele momento. Olhei minha barriga e lá estavam elas, as coxinhas. Me senti derrotado, havia saído de casa antes das 6 da manhã para ganhar barriga. Senti vontade de chorar, mas antes que eu me permitisse tal derrota fui abordado por um jovem mendigo carregando um colchão de acampamento sujo em suas costas, ele pegou minha mão, a apertou e disse que era um “playboy”, que só usava Nike e cordão de ouro, não aceitava menos que isso, mas havia sido roubado, dormiu na rua e precisava de $ 2,00 pra comprar um salgado. Não é porque me perdi que vou atrapalhar os outros. Disse ao jovem que não daria o dinheiro pro salgado, mas se ele quisesse eu o emprestaria o dinheiro da passagem pra casa, ele ficou puto e saiu me xingando. Nem tentei entender, playboys pra mim são uma raça quase tão complexa quanto mulheres.

Alta sociedade (os ricos)

Com medo de que ele voltasse cheio de seguranças armados, resolvi que o melhor a fazer era continuar minha corrida. Seguindo ainda contra meu bairro corri por mais uns 30 minutos (no meu rítimo), parei olhei para minha barriga e nada de diferente. Eis que nesse momento tomei a única decisão correta do dia, resolvi voltar pra casa e ali parei de correr e voltei andando com minhas coxinhas. Cheguei em casa quase 11 da manhã e sentindo uma enorme vontade de vomitar, lá se foram as coxinhas. Desmaiei no banheiro mesmo e acordei a noite quando meu irmão apareceu em casa, acho que meu cachorro ou talvez meu irmão tinha mijado em mim. Levantei ainda cansado tomei um banho e fui dormir me sentindo muito mais do que um atleta, um vencedor. E é por isso que resolvi voltar a ir ao psicólogo essa semana.





Chuletinha ao Chorume

18 03 2011

Em algum ano do passado, na Grécia Antiga dos livros de História:

(Bruno) – Ae, Felipe, adivinha a surpresa que eu consegui pra você?

(Felipe) – Fala, o que foi?

(Bruno) – Não, tenta vai. Adivinha.

(Felipe) – Não, fala.

(Bruno) – Não, não, vai ser maneiro, tenta adivinhar, vai.

(Felipe) – Fala logo, ô cuzeiro. Solta, fala.

(Bruno) – Tá. Então, sabe como nesse final de semana nossa escola vai promover a primeira olímpiada de escola da História, né? Então, eu consegui um show pra você.

(Felipe) – Eu não entendi.

(Bruno) – Você vai tocar. Vai ter um palco, uma apresentação escrota e tal, ó professor Ari deve fazer um desses discursos de duas horas dele, você entra depois e abre a cabecinha pequena e européia de todo mundo.

(Felipe) – Bruno, você sabe com quem tá falando? Eu sou o moleque gordinho imbecil da escola. Cara, eu nem sei tocar.

(Bruno) – Não foi você que me falou que tocava guitarra?

(Felipe) – Não!

(Bruno) – Poooooô, nem um pouquinho? Inho, inho inho?

(Felipe) – NADA, você vai lá e cancele essa merda.

(Bruno) – Acho que não é o caso de cancelar. Não é como tivessemos algum impedimento ou algo.

(Felipe) – Impedimento? Bruno, eu não sei tocar.

(Bruno) – Mas Felipe, é a sua grande chance!

(Felipe) – Grande chance do que, cara pálida? Quem você acha que eu sou? Eu sou o moleque gordinho imbecil da escola, não tenho nem como aparecer na frente das pessoas, ninguém quer ir pra algum lugar pra me ver subir num palco e morrer de vergonha!

(Bruno) – Bem, então eu não falei pras pessoas que quem vai tocar é você, te botei um nome artístico.

(Felipe) – Que? Falar com pessoas? Você já divulgou essa merda? Que porra de nome é esse, caralho?

(Bruno) – Achei que Charlie Babbitt funcionava melhor.

(Felipe) – Charlie Babbitt… Charlie Babbitt, tipo em o retardado autista do filme?

(Bruno) – É pra ser irônico. Soa gringo, parece como algo que você já ouviu falar, mas não lembra bem de onde, pessoas naturalmente vão achar que é porque você já tá comentado nas redes sociais, mas não lembram ao certo quem que fez o namedropping.

(Felipe) – Mas é retardado. Eu vou andar ao palco e as pessoas vão saber que eu não sou gringo e legal.

(Bruno) – Eu tenho um jeito pra isso também. Vou por uns pedaço de pano na frente do palco. Vou chamar de cortinas. Quando as pessoas tiverem que esperar pra te ver, ficam curiosas, gera ansiedade, é legal.

(Felipe) – Mas e quando esse pano subir? Ainda sou eu lá!

(Bruno) – Ah, eu apago as luzes. Sei lá. Ponho umas fumaça, uns show de luz. Confia. Só pareça seguro, canta o que quiser, só não deixe com que as pessoas entendam. Quanto mais vago e não conexo melhor.

(Felipe) – Mas e como isso pode dar certo? As pessoas não vão perceber??

(Bruno) – Cada um vai entender o que quiser. Todo mundo quer viver uma experiência única e se sentir diferente e mais especial que os outros. E ainda se tem uma pressão muito forte de se mostrar feliz a cada segundo pros outros. Os imbecil me é eliminado do BBB com 90% do Brasil gritando em coro que o corno é um mal-caráter escroto, e quando aquela bicha velha do Bial pergunta como ele tá se sentindo, o babaca responde: “Ah, feliz, bial. to muito feliz de tá aqui fora” VAI DAR MEIA HORA DE CU BRAZIL, porra, todo mundo tá muito preocupado com mostrar sucesso e tranquilidade, ninguém mais quer ganhar as coisas por ser muito bom e então merecer as coisas, nego quer pelarsaco de chefe, chupar na teta de pai. Se você subir naquele palco e for uma merda, ninguém vai saber admitir, as pessoas realmente vão acreditaram que foram no show da vida, de um cara inglês superhypado, tooodo mundo maneiro tava lá tomando itaipava de 5 reais. Ninguém quer ser bom, quer fazer propaganda.

(Felipe) – Cara, cê tá bem.

(Bruno) – Eu acho que só quero um colo.

(Felipe) – Ok.





Bem que eu tento abrir meu coração

10 03 2011

Chegou o carnaval e diferente todo jovem, tudo o que eu quero nessa data é uma namorada. Sei que pode parecer loucura querer um relacionamento em pleno carnaval pois ele é uma data feita pra beber, se travestir e sair pela rua sendo um completo babaca. Só mesmo um imbecil vai querer ter que parecer responsável e evitar de transpirar pra que a gatinha não pense “é um bárbaro” durante o carnaval, esse imbecil sou eu.

Importante citar que não faço isso e nem tô na foto

Sempre que chega o carnaval quero uma namorada por um motivo bem simples, ninguém quer uma namorada no carnaval. No carnaval não tenho muita concorrência, apenas algumas religiões, amor próprio e 1% de homens do mundo que também são derrotados como eu.

Mesmo sendo uma data em que não conto com a concorrência dos outros homens, não procuro um anjo. Peso 85kilos, não fiz a barba essa semana e tenho um nariz de judeu. Busco uma garota daquelas bonitinhas, não lindas, que se achem gordinhas, mas tenham menos de 70kilos (eu posso ter 85 porque sou cheio de músculos e sou bem dotado).

Outra coisa desejável nessa mulher é ela ser menos inteligente que eu. Não gosto de mulher que cagam a frase toda sempre que um plural se faz necessário, mas não pode ser uma mulher que quando eu falo que já fui na Suécia três vezes vira e pergunta qual a língua local ou como é o clima na região, eu só tô tentando te impressionar, não te dar uma aula de geografia.

Quero uma mulher com consciência de que sou um fracassado, detesto pessoas que vem com esse papo de “você tem muito potencial, você vai ser demais!”, não eu não tenho potencial e se necessário for viro um catador de papelão pra provar que eu tô certo.

Não quero uma mulher que goste de sair, nunca saio de casa sem gastar dinheiro e olha que sou solteiro. Quero uma mulher que curta novelas, fazer comida e não faça a mínima questão de ganhar uma máquina de lavar ou qualquer outro aparelho que optimize o tempo de suas atividades no lar.

Outra coisa que também me irrita muito em algumas mulher é… tá bom, pensando bem eu quero continuar solteiro.

 





Consertando coisas antigas

5 03 2011

Quando eu tinha uns 5 ou 6 anos (eu acho), eu estudava em um colégio desse no qual a criança só vai pra casa aos finais de semana. Isso nunca foi um drama na minha vida, eu adorava aquele lugar, mas infelizmente era um lugar cheio de crianças. Não odeio crianças, muito pelo contrário, sempre tive planos de casar com uma mulher que tenha um filho desde que ele não fosse o Rodolfo.

Rodolfo nada mais era na minha vida do que aquele valentão que você vê nas escolas em filmes norte-americanos. Ele roubava meu lanche, me jogava comida sempre que não estava comendo ela, colava chiclete no meu cabelo e uma vez até enfiou a cabeça do meu melhor amigo numa privada. Eu sei que você deve estar se perguntando por que não a minha cabeça, foi graças a irmã dele, Isabela.

Isabela era a irmã gêmea de Rodolfo, e era uma TARADA. Tenho noção do quão humilhante é para um cara de 22 anos dizer que uma garotinha de 6 ou 7 anos é tarada, mas de fato ela era. Graça a essa garota eu vi meus primeiros seios. Não foi um experiência muito feliz, pois quando eu cito uma criança daquela idade já possuia seios é pra deixar claro pra vocês o pesinho de “Belinha Bolinho”. Lembro de ter mostrado o que hoje em dia é o meu pênis pra ela uma vez e em troca disso ela evitou que Rodolfo colocasse minha cabeça no vaso, igual ele tinha visto em um filme durante as férias. Infelizmente esqueci de citar Talles nesse acordo.

Talles era meu melhor amigo, ele me protegia a maior parte do tempo e o resto do tempo eu nunca sabia onde ele estava. Talles era muito mais forte que eu e mesmo assim era muito menos que Rodolfo, e também era muito burro. Ao lembrar de Talles agora fico até chocado com a idéia de que talvez ele fosse meu amigo imaginário, devido a sua incrível semelhança com o Taz (do tazmania)… Caralho, pior que eu falo sério.

Nem tudo nessa época era terror. Lembro que nessa época eu tinha muito forte na minha cabeça a idéia de que “garotas são chatas e só nós ‘HOMENS’ somos legais! YEAH!”. Sempre fui ateu, desde pequeno acreditava que se o céu cheio de anjos e Deus existisse com certeza a NASA já teria atropelado um anjo durante um lançamento de foguete, mas admito que eu ser heterossexual diz muito contra o ateismo, ou talvez explique muito bem o quão linda era Thamires. Sei que falo muito de ex-namoradas em meus posts, mas essa infelizmente nunca me deu bola, me aventuro dizer até que ela sentia até um pouco de nojo de mim, mas pode ser só coisa da minha cabeça. Uma vez ela vomitou em mim durante a volta de um passeio ao zoológico. Eu não estava sentado ao lado dela, mas se de um lado você tem uma amiga e do outro uma janela, e todos nós sabemos o quão perigoso é colocar a cabeça pra fora da janela de um ônibus em movimento, era pra frente ou pra trás, logo eu sentando atrás dela tinha 50% de chances de ser o vomitado. E assim foi.

Faziam 15 anos que eu não via Thamires, a gata que me deu a minha primeira gorfada, e essa nessa quinta enquanto ia pra faculdade passei por um rosto extremamente familiar, não reconheci na hora e estava quase passando por ela quando a reconheci. Lá estava ela, gorda como uma bola, com seu magestoso vestido verde com manchas de cloro e suas havaianas verdes cheias de marcas de caracas. Ela não me reconheceu, nem falei com ela logo de cara, mas ela me olhou dos pés a cabeça de uma forma que senti que poderia saca meu pênis pra fora ali e começar a gravar um pornô… trash, mas eu sou muito mais que isso, estava com o vômito na cabeça (claro que não o vômito mesmo), e assim que cheguei nela perguntei “você não a garota que vomitou em mim voltando do zoológico da quinta da boa vista uma vez?”, e ela fez uma cara de confusa, ai perguntei “Thamires?” e ela disse que sim com um sorriso meio sem graça, me apresentei e eu disse a ela “nossa, quanto tempo! Eu lembro que eu era louco por você quando eu era pequeno” ela ficou sem graça por completo e eu senti que eu deveria fazer o que um homem na minha situação deveria fazer então tentei vomitar nela discretamente, não consegui, perguntei “você pode me informar as horas?”, ela disse que eram 18:30 e eu respondi “Ih caralho, tô atrasado pra faculdade” peguei um táxi e da janela gritei “tenha uma boa vida!”. Virei a esquina com o táxi até onde ela não pudesse mais me ver, desci antes que chegasse a R$ 10,00 a corrida, pois era tudo que eu tinha no bolso e fui a pé até a av. Brasil (uns 40 minutos de onde eu estava) pegar um outro ônibus onde não fosse esbarrar com ela.

Uma gorfada moral.





A Corrente do Bem

26 02 2011

Vou à praia 4 vezes por semana, almoço fora todo dia, chopp com os amigos a noite e tô pensando em entrar pra uma academia. Atividades normais de qualquer bom filho de rico, por tanto rezo pra que meu pai ganhe na Mega Senna antes que meu dinheiro acabe.

Um dia desses enquanto voltava da praia de um compromisso importante, fui abordado por um jovem no ponto de ônibus. Ele era magro, negro, estava com uma roupa rasgada e em seu cabelo tinha pedaços de algo que alguns diriam ser fezes, mas eu prefiro chamar apenas de sujeiras para evitar ser injusto com a situação.

Um forte cheiro o protegia como se ele fosse um percevejo, e apesar do povo falar que julgo mal as pessoas resolvi seguir meus instintos e tentei manter o máximo de distancia desse jovem. Atravessei a rua e isso de alguma forma pareceu um convite pra ele que logo veio atrás de mim. Nada mais justo seria pra uma pessoa com aquele visual do que substituir o “OI” por um “ISSO NÃO É UM ASSALTO” (eu mesmo faço isso em algumas ocasiões), e assim o mesmo começou seu discurso, fiquei tranqüilo, e seguindo ele disse “não é dinheiro não…”, novamente fiquei tenso com a idéia de que poderia ser amizade ou algo do gênero.

Uma coisa que nunca vou conseguir entender é essa moda dos moradores de rua de abordar as pessoas na rua dizendo que não é pra pedir dinheiro. Cara, quando um mendigo me para no meio da rua tudo que eu espero é que seja pra me pedir dinheiro. Eu não vou te dar um abraço e nem vou te convidar pro batizado do meu sobrinho ou ir jogar basquete final de semana, portanto que seja dinheiro o que você precisa.

Eu não sou o John Travolta

Para meu alívio se tratava de apenas mais um desses jovens que usa crack, tem um filho pequeno e ficam pelas ruas pedindo dinheiro pra comprar o leite da criança. Geralmente não costumo dar dinheiro mendigos que tem mulher porque penso que eles estão um passo a minha frente. Se alguém precisa de ajuda esse alguém sou eu, e nem por isso saio por ai parando todos os mendigos que tem mulher pra pedir conselhos sobre como conquistar uma gata. Como esse precisava comprar o leite pro filho e eu não aguentava mais sentir o cheiro dele resolvi ajudar, porque a corrente do bem não pode parar.

Portanto para pagar a minha conta de internet clique aqui -> X.

É a corrente do bem, amigos!

 





“Meu escravo favorito” Show!

24 02 2011

(Felipe) – Seja bem-vindo primo! Como foi de viagem? Como estão todos na Itália?

(Giuseppe) – Poxa primo, foi terrível. Itália desse início do século XX está terrível, todos os livros de história comentando. Vim aqui pro Brasil por que lá o desemprego está matando. Mas… que bom que estou aqui na terra de meu primo, tão generoso, me mandou buscar, fazendeiro aqui! Muito legal

(Felipe) – Não, tudo bem, primo. Tenho certeza que em nenhum tempo você se adaptará, trabalhará em minha lavoura para me pagar o que deve e sairá para ter suas próprias coisas.

(Giuseppe) – Oi? Primo? Pagar o que deve? Que pagar o que deve?

(Felipe) – Ué. Eu te trouxe ao mundo, sabe? Opa, quer dizer, Brasil. Mas isso custa, sabe. Nem um pouco de consideracão?

(Giuseppe)  – Mas eu nem sei trabalhar na lavoura. Eu tinha outros planos na Itália.

(Felipe) – A minha lavoura não é lugar bom o suficiente pra você? É isso? Eu te dou tudo, e o que você faz aqui? Nem quer participar das coisas da lavoura. Parece que é um turista nessa casa.

(Giuseppe) – Mas você nem quer me escutar, me conhecer? Alguém da sua própria família? Eu vou pro meu quarto.

(Felipe) – Não! Pode ir parando. Eu sou o seu patrocinador, é melhor fazer as coisas do meu jeito enquanto estiver morando debaixo do meu teto.

(Giuseppe) – …Eu to ficando um pouco confuso nessa discussão, primo. Você é meu primo, certo?

(Felipe) – Claro! E você é meu primo italiano, vindo num navio para trabalhar em minha lavoura de café.

(Giuseppe) – Então primo, me escuta, eu não vou funcionar na lavoura, minha parada é outra.

(Felipe) – Qual o problema da lavoura, Giuseppe?

(Giuseppe) – Não é Giuseppe mais. O pessoal me chama agora de Sé Raimundo.

(Felipe) – Sé? Que porra é Sé? Desde quando um Santoro tem apelido de Sé?

(Giuseppe) – Eu faço artes cênicas na praça, lá em Palermo. Grafitti, arte marginal, malabares em perna de pau..

(Felipe) – Tipo em sinal?

(Giuseppe) – Monetizar é só uma forma de se ver o quadro

(Felipe) – Porra, primo. Não é por outra que você veio aqui pobre assim!

(Giuseppe) – Sabia que você não ia entender esse tipo de sutileza.

(Felipe) – E dinheiro é sutileza?? Sua bundinha tem que ter sido muito amaceadinha na manteiga pra você acreditar nessas coisas!!! Nada que uns bons tempos na lavoura não corrijam isso!!

(Giuseppe) – Aliás, acho que podia contribuir muito mais fazendo uns ensaios no meio do cafezal, no meio do homem comum para abrir os olhos para os paradigmas estabelicidos entre as condições de existência e sobrevivência do ser humano pessoal como ferramenta idiossincrática da contemporaneidade

(Felipe) – TU PODE EH MESMO É LEVAR ESSA SUA BOQUINHA FROUXA PRA OUTRA FAZENDA VAI TE FUDER VAI LEVAR ESSE TEU PAPO MOLE DE EUROPEU PRA CASA DO CARALHO ISSO AQUI É BRAZZZIL PORRA

(Giuseppe) – Primo, eu te odeio pelo quão tacanho, monetizador e estranhamente eficiente seu estilo de vida é. Ainda assim vou passar o resto da vida culpando meus fracassos por ter feito minhas escolhas “tentando fazer com que você sentisse orgulho de mim”. Vou sair de casa, vencer as suas regras jogando da minha maneira. Vou encontrar um lugar onde minhas liberdades e falsas impressões de maturidade possam ser tidas como padrão, um lugar onde pessoas possam viver ao máximo seus dias aproveitando tudo sem se preocupar pois os cartões de seus pais sempre serão aceitos. Eu quero algo ao mesmo tempo seja luxuoso e cafona, maduro e infantil. Quero contradições! Muita arte sendo vivida na pele!

E assim fundou-se São Carlos de Bariloche